Em seu debut, Black Sabbath abriu com o barulho de uma chuva e sinos de igreja, logo seguido por um riff de guitarra sinistro. Ozzy Osbourne gritava: "What is this that stands before me?" Em 1970, a pergunta era pertinente – não apenas para o álbum que viria a revolucionar o rock pesado, mas também para entender a jornada de um dos pilares da música roqueira. Seis décadas depois, o homem que cantou como príncipe das trevas se transformou em pai confuso de uma sitcom, e ainda assim manteve seu lugar no pódio da música.
A ascensão de Black Sabbath não foi apenas um fenômeno musical. Foi a criação de um gênero, o heavy metal, com suas quatro primeiras LPs estabelecendo um modelo que outros seguiriam. Ozzy voou alto como vocalista, mas sua verdadeira genialidade talvez esteja na capacidade de não levar a sério a própria imagem. Enquanto outros roqueiros envelheciam tentando manter o mito, ele se riu dele próprio, transformando a dark side em material para humor.
Da época em que mastigou a cabeça de um morcego vivo (acho que ele pensava que era fake) à fase de pai desorientado lidando com遥控ers, Ozzy nunca perdeu o senso de humor. Isso fez dele não apenas um ícone do rock, mas também uma figura humana, vulnerável e engraçada. E foi isso que o ajudou a navegar pelas mudanças da era moderna – onde o público gosta tanto de ver os bastidores quanto dos shows grandiosos.
Enquanto muitos artistas tentam manter um ar misterioso, Ozzy optou por desmontar sua imagem, transformando a mitologia em uma fonte de risadas. Isso não o fez perder o respeito – pelo contrário, amplificou sua popularidade, permitindo que ele e Sharon construíssem carreiras independentes e multifacetadas.
Sua parceria com a MTV em eventos como o "Battle for Ozzfest" foi apenas mais um passo em uma trajetória cheia de visão. Mesmo após anunciar aposentadoria, ele voltou com força para um show beneficente, provando que, mesmo na velhice, é possível manter o espírito jovem e engraçado.