Por que o choque ao encostar em pessoas ou objetos é inevitável?

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Quando estamos no trabalho, caminhando serenamente até a impressora e, de repente, recebemos um pequeno choque ao tocar o equipamento. Ou ainda pior: encostar em um amigo e os dois se assustarem. A culpada por essas situações é algo que conhecemos bem: a eletricidade estática.


Esta fenômeno ocorre quando há um acúmulo de cargas elétricas em um corpo, seja ele humano, uma roupa ou até um objeto. No momento em que entramos em contato com outro corpo que possui uma carga elétrica diferente, essa energia acumulada é liberada de forma súbita.


O principal processo que gera essas cargas no dia a dia é o atrito. É o mesmo princípio que causa os raios que riscam o céu, mas em uma escala muito menor e menos perigosa. Situações como andar com sapatos sobre um carpete sintético, esfregar roupas de tecidos diferentes ou abrir e fechar portas do carro são exemplos comuns de como isso acontece.


A umidade do ar também desempenha um papel crucial. Thales Quirino, professor de física na Academia das Específicas em Brasília, explica que, quando o ar está seco, ele mantém as cargas elétricas isoladas por mais tempo. Já em ambientes úmidos, os íons presentes no ar ajudam a neutralizar essas cargas, reduzindo as chances de um choque.


Além disso, o material com que entramos em contato também influencia a intensidade do choque. Os objetos metálicos, sendo excelentes condutores, tornam a descarga mais perceptível. No entanto, apesar da tensão da eletricidade estática pode chegar a milhares de volts, a quantidade de carga é tão pequena que não representa um perigo real.


Existem algumas formas simples para reduzir o incômodo causado pela eletricidade estática: manter o ambiente um pouco mais úmido, evitar roupas totalmente sintéticas, hidratar a pele e, se possível, usar calçados com soladas não condutoras, como borracha. Na indústria, a prevenção é levada a sério, com o uso de materiais antiestáticos, ionizadores e aterramento para evitar riscos.


Curiosamente, esse fenômeno que incomoda tantas vezes também é protagonista de soluções inteligentes. Ele está por trás de impressoras eletrostáticas, borrifadores que fixam melhor tintas e desinfetantes, e até de algumas telas sensíveis ao toque. Como lembra Thales Quirino, "quando entendemos um fenômeno físico, conseguimos encontrar inúmeras formas de aproveitá-lo".


Enfim, levar um choque estático parece ser semelhante a receber um cutucão surpresa: não machuca de verdade, mas te deixa alerta. Assim, se o ar estiver seco e você for encostar em alguém, talvez valha avisar antes — ou aproveitar para brincar e dizer que é "química entre vocês".

Rafael Pereira

Rafael Pereira

A eletricidade estática pode ser irritante, mas não podemos negar que ela traz algumas vantagens. É como aquele amigo chatinho que às vezes fazemos um favor: incomoda, mas serve para nos manter alertas. E lembre-se: nunca subestime a ciência, pois até mesmo um choque elétrico pode ter seu lado positivo.

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