Imagine um mundo onde a viagem de avião fosse quase dobrada em velocidade. Isso pode se tornar realidade muito em breve. O governo dos Estados Unidos revogou uma proibição que vigorava desde 1973, permitindo voos comerciais supersônicos - algo que promete transformar a forma como nós viajamos.
Com essa nova medida, viagens entre cidades como Nova York e Los Angeles, que hoje levam seis horas, poderiam ser concluídas em apenas 3h30. A ordem executiva, publicada em junho, também estabelece um cronograma para a implementação de regras de certificação baseadas em ruído para esses voos.
Até agora, os aviões supersônicos só estavam autorizados a sobrevoar o Oceano Atlântico. A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) havia imposto restrições devido à pressão pública, preocupada com os altos níveis de ruído gerados pelas aeronaves - capazes de estilhaçar janelas ao passarem perto do chão.
A corrida tecnológica por aviões supersônicos já envolvia países como França, Reino Unido e União Soviética antes das proibições globais. Agora, os Estados Unidos buscam retomar a liderança nesse campo com empresas como a Boom Supersonic e a Lockheed Martin.
A Boom Supersonic desenvolveu uma aeronave que alcança Mach 1 (velocidade supersônica) sem produzir sons incômodos, graças ao fenômeno conhecido como 'corte de Mach'. Já a Lockheed Martin trabalha no projeto do jato supersônico X-59, cujos motores são posicionados na parte superior da fuselagem para minimizar as ondas de choque e o ruído.
Enquanto isso, podemos apenas especular: será que estamos prestes a ver um novo tipo de competitividade entre passageiros - não mais pelas comodidades, mas pela velocidade? E qual será o impacto desse avanço tecnológico na indústria do turismo e no próprio conceito de viagem?