Em um episódio que mistura ironia e perplexidade, o público do Cidade Jardim Festival, realizado em São Gonçalo dos Campos (BA), saiu do evento não apenas com memórias, mas também com um peculiar souvenir: nada menos que 500 samambaias. Enquanto as redes sociais registram o momento em que os visitantes retiravam as plantas de uma estrutura decorativa, a pergunta que não quer calar é: o que se passa com nossa relação com o belo?
Para quem desconhece, as samambaias eram elementos essenciais na decoração do festival, transformando o local em um verdadeiro paraíso verde. No entanto, a ganância coletiva por algo que, em teoria, não tem valor monetário, resultou em um prejuízo de aproximadamente R$ 7,5 mil. Cada planta custava R$ 15, conforme informou o prefeito Tarcísio Pedreira.
Em seu perfil do Instagram, o gestor municipal comentou sobre o episódio com uma dose de pragmatismo: em edições anteriores, as plantas eram distribuídas gratuitamente ao público no último dia. Ainda que minimizasse o prejuízo, Pedreira não pôde evitar um sorriso amargo diante da situação.
Este incidente lança uma luz interessante sobre nossos valores coletivos. Enquanto um lado de nós aplaude a criatividade popular, outro se indigna com o desperdício de recursos públicos. E assim, entre o sarcasmo e o questionamento, nos perguntamos: será que estamos tão acostumados ao consumo desenfreado que já não sabemos apreciar a beleza sem precisar possuí-la?