Imagine um raio que viaja mais longo que o estado do Rio Grande do Sul. Isso não é uma metáfora poética, mas a dura realidade de um fenômeno meteorológico que acaba de ser descoberto: um megaflash de 829 quilômetros de comprimento, registrado durante uma tempestade nas Grandes Planícies dos Estados Unidos em outubro de 2017. Três anos depois, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmou que esse é o raio mais longo já registrado na história.
Um recorde impressionante
Esse novo recorde supera o anterior por 61 quilômetros, que era de um raio de 768 quilômetros ocorrido em abril de 2020 no Sul dos EUA. Para contextualizar, os relâmpagos comuns não passam de 16 quilômetros de comprimento e duram menos de um segundo. Em contraste, o megaflash de 829 km é um fenômeno que dura segundos e se espalha por uma distância equivalente a oito vezes a largura do estado do Rio de Janeiro.
Os segredos das nuvens
Os megaflashes, apesar de raros, são eventos que ocorrem no interior de nuvens gigantes. Eles geram descargas elétricas extremamente longas e estão ligados a tempestades severas. Ainda pouco compreendidos, esses fenômenos ajudam os meteorologistas a melhorar seu entendimento sobre nuvens eletrificadas e suas consequências.
Riscos e precauções
Enquanto os raios são responsáveis por cerca de 20 mortes anuais nos EUA, a OMM destaca que locais seguros para se proteger incluem prédios com fiação elétrica e encanamento ou veículos fechados com capota metálica. Durante uma tempestade, recomenda-se evitar áreas abertas como praias ou pontos de ônibus, além de não usar motocicletas ou carros sem cobertura.
Exemplos trágicos
Além dos impactos diretos, os raios também podem desencadear tragédias indiretas. Um exemplo marcante foi em Dronka, no Egito, em 1994, quando um raio atingiu tanques de petróleo, espalhando combustível e água na vila, resultando em 469 mortes. Outro caso extremo foi o megaflash que durou 17 segundos em uma tempestade sobre o Uruguai e Argentina em 2020.
Esses fenômenos naturais, apesar de fascinantes, são também lembreiros da força da natureza e da necessidade de compreendê-la para protegermos nossas vidas.