Em pleno coração da moda high couture, a marca Schiaparelli volta a respirar com uma nova energia. Após anos de hibernação, o legado da fundadora Elsa Schiaparelli, que já conquistou artistas como Dalí e Cocteau, está sendo reabilitado pelo diretor creativo Daniel Roseberry.
Quando pensamos em moda, frequentemente associamos o termo a algo passageiro, fugaz. No entanto, para Schiaparelli, o que está acontecendo é bem mais profundo. Trata-se de uma revivescente que resgata elementos da História para construir um futuro. Em Paris, no exclusivo endereço de place Vendôme, Roseberry travaaja em seu estúdio, transformando ideias abstratas em peças concretas. E o que ele está descobrindo é que o passado pode ser fonte inesgotável de inspiração.
Para compreender a magnitude desse revival, é preciso mergulhar na era áurea da marca, nos anos entre as guerras. Naquela época, Elsa Schiaparelli não hesitava em associar-se a nomes como Dalí e Cocteau, criando peças que transcendiam o mundo da moda para se tornarem obras de arte. Seu DNA era feito de ousadia, innovação e uma certa dose de misticismo. Hoje, Roseberry está lidando com um desafio semelhante: como reinterpretar essas joias icônicas sem cair no lugar-comum.
É fascinante observar como a moda, assim como a arte, vive em ciclos. Enquanto antigamente os botões eram vistos apenas como elementos funcionais, hoje se tornaram verdadeiros bijoux. É uma volta ao surrealismo, mas com um toque moderno que dialoga com o tempo presente. Afinal, a moda jamais deixa de ser um espelho da nossa época.