Santa Catarina registrou nada menos que 9.749 erros médicos entre janeiro e julho de 2025, segundo dados do Sistema Notivisa, da Anvisa. Isso inclui casos em que pacientes sofreram danos diretos decorrentes de falhas na assistência à saúde.
Um exemplo chocante ocorreu recentemente no Hospital de Canoinhas, no Planalto Norte: 11 bebês foram vacinados por engano com um antídoto para picada de cobra, ao invés da vacinação contra a Hepatite B. Felizmente, nenhum bebê apresentou efeitos colaterais graves.
Muitos erros estão relacionados a dispositivos médicos, como cateteres e sondas. De acordo com o relatório:
- 1.604 casos envolveram assistência com dispositivos;
- 1.073 erros durante a administração de cateteres静脉osos;
- 1.057 falhas na assistência geral.
Os resultados são preocupantes: 175 óbitos, 429 danos graves, 1.768 danos moderados e 7.377 consequências leves.
Santa Catarina ocupa o quinto lugar em número de incidentes no Brasil, atrás apenas de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Distrito Federal. O consultor Salvador Gullo Neto atribui os altos números à cultura punitiva nas instituições e ao modelo de remuneração baseado em volume de procedimentos.
Ainda que o estado tenha implantado o Núcleo de Gestão Estratégica de Segurança do Paciente (NEGESP), a luta contra os erros médicos continua. Como alerta Gullo Neto: "O importante é identificar a causa raiz, aprender com as falhas e criar mecanismos para preveni-los".
Enquanto isso, nós continuamos torcendo para que os erros sejam apenas um lembrete de quão longe ainda temos que ir. Saúde em Santa Catarina, por exemplo, está melhorando, mas ainda não é o suficiente. Que tal mudar a cultura e implementar modelos de remuneração baseados na qualidade?
