A morte da radiodifusão pública: um adeus aos programas que moldaram gerações

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A notícia do fechamento da Corporation for Public Broadcasting (CPB), responsável por financiar programas icônicos como o Sesame Street e o Finding Your Roots, é um funeral silencioso para a educação, cultura e entretenimento de qualidade. Em um mundo cada vez mais fragmentado, perder essas vozes coletivas parece uma inversão de valores.


A CPB, fundada em 1968, sempre foi um farol para milhões de espectadores eouvintes nos Estados Unidos. Seus programas não apenas educavam crianças, mas também conectavam pessoas de diferentes origens, promovendo a diversidade e a inclusão. Agora, após anos de discussões políticas e cortes orçamentários, essa entidade cultural chega ao fim. E o que fica? Uma pergunta pertinaz: como um país que se gaba de ser 'a cidade luz' pode apagar fontes tão luminosas?


Em tempos de fake news e polarização, perder veículos independentes como a PBS e a NPR é um retrocesso. Essas emissoras nunca tiveram ligação com partidos políticos, mas foram acusadas de 'viés político' por simplesmente oferecer conteúdo equilibrado e crítico. É ironia do destino que o mesmo governo que promete defender a liberdade de expressão esteja silenciosamente sufocando uma das mais importantes vozes da mídia.


No Brasil, onde a TV pública também luta contra os cortes e desinvestimentos, a notícia serve como um alerta. Nossa Tv Globo privada já dominou o mercado, mas programas educativos como o Criança Esperança ou iniciativas semelhantes não conseguem competir com a avalanche de conteúdo vazio que invade as redes. Talvez, ao fechar a CPB, os Estados Unidos estejam se privando de algo que jamais será substituído por algoritmos e plataformas de streaming.


Enquanto isso, personagens como o Big Bird e o Mr. Rogers dizem adeus, é impossível não pensar nas crianças que um dia foram inspiradas por esses programas. Quem pagará pelo legado cultural que está sendo enterrado? E quem garantirá que as próximas gerações tenham acesso a conteúdo que promova o conhecimento e a empatia?


Em tempos de crise, é sempre bom lembrar: o dinheiro gasto em educação e cultura não some; ele investe no futuro. E o futuro, nessas horas, parece estar mais cinza do que nunca.

Lucas Martins

Lucas Martins

É com uma mistura de tristeza e ironia que vemos a despedida da CPB. Como diriam os bonecos do Sesame Street, 'os cookies estão amargos hoje'.

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