Em uma ação inédita, a UFC-Que Choisir, importante associação de consumidores na França, moveu um processo coletivo contra a gigante automobilística Stellantis. A iniciativa visa indenizar os proprietários de veículos equipados com airbags Takata que tiveram suas viaturas imobilizadas compulsoriamente após defeitos detectados.
Os airbags fabricados pela empresa japonesa Takata, caindo em descrédito mundial, são acusados de causar mortes e lesões graves. No Brasil, essa situação é ainda mais preocupante, uma vez que o clima quente e úmido do país acelera a deterioração dos componentes, tornando-os extremamente perigosos.
Em junho deste ano, o governo francês ordenou que 800.000 veículos fossem imobilizados por causa desses airbags defeituosos, elevando para 1,7 milhão o total de veículos proibidos de circular. A medida foi tomada após um trágico acidente em Reims, onde uma mulher morreu quando seu airbag explodiu durante uma colisão.
A UFC-Que Choisir argumenta que as ações de 'stop drive' são consequência direta da negligência de Stellantis e Citroën na garantia da segurança dos veículos. Pelo menos três vítimas fatais nas últimas anos dirigiam modelos Citroën C3.
A associação pede indenizações variadas, incluindo indenização diária por dia de imobilização do veículo e compensação moral para os consumidores que se viram transportando em 'equipamentos mortais'.
Esta é a primeira ação coletiva na França relacionada aos airbags defeituosos, responsáveis por pelo menos 60 mortes em onze países nos últimos quinze anos. No Estados Unidos, empresas como Ford, Toyota e Honda já pagaram 1,5 bilhão de dólares em indenizações.
A empresa Takata, que produz sistemas de airbags mundialmente, falhou em 2017 após o escândalo. Em solo brasileiro, os impactos desse problema são ainda mais críticos, dada a exposição ao clima adverso. Atualmente, juízes franceses investigam acusações de fraude e exposição deliberada à vida alheia.
Enquanto isso, no Brasil, o tema ganha cada vez mais relevância, especialmente com o aumento da frota de veículos e a necessidade de maior fiscalização das empresas automobilísticas.
Lutero Stellantis: UFC-Que Choisir Move Processo Coletivo por Airbags Takata


Num mundo onde os defeitos graves se tornam rotina, é doloroso constatar que ainda estamos presos a uma lógica empresarial que coloca a segurança dos consumidores em segundo plano. Ainda assim, processos como este são um lembrete crucial de que responsabilidade e transparência não devem ser opcionais.
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