Satélites Starlink interferem com observações astronômicas: Uma crise invisível no céu

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A revolução conectiva prometida pelos satélites Starlink esconde um custo invisível: a interferência com as observações astronômicas. Uma nova pesquisa da Curtin University confirma os temores dos astrônomos, identificando mais de 112.000 emissões radiofônicas causadas por 1.806 satélites Starlink em dados de um protótipo do telescópio SKA.

Até 30% das imagens analisadas foram afetadas, o que pode comprometer resultados de pesquisa crucialmente dependentes dessas informações. Em bandas de freqüência onde não deveriam haver sinais, como a de 150,8 MHz destinada à astronomia radiofônica, foram detectados 703 satélites emitindo sem autorização. Isso sugere que essas interferências são consequentes de falhas em equipamentos embarcados, tornando-as imprevisíveis e difíceis de filtrar.

Steven Tingay, professor da Curtin University, ressalta que as atuais regras internacionais regulam apenas transmissões intencionais, não abrangendo essas emissões acidentais. Enquanto isso, a SpaceX mantém um diálogo construtivo com os cientistas e não viola as normas atuais.

Embora o foco da pesquisa tenha sido na constelação Starlink, que hoje计数 mais de 7.000 satélites, outros sistemas também sofrem desse problema. A conclusão do estudo publicado na revista Astronomy & Astrophysics reforça a necessidade de atualizar as políticas internacionais para proteger a astronomia radiofônica.

Lucas Martins

Lucas Martins

Enquanto olhamos para o céu em busca de respostas, os satélites que pretendiam unir o mundo estão criando uma nuvem invisível de ruído. É um paradoxo moderno: nossa tecnologia, ao nos conectar, também nos isola do cosmos. Que ironia, hein?

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