A Justiça dos Estados Unidos acaba de atribuir culpa parcial à Tesla em um caso trágico que envolveu o sistema Autopilot. Em Miami, um júri federal determinou que a empresa de Elon Musk compartilha responsabilidade por um acidente fatal ocorrido em 2019. O veredicto, que inclui danos punitivos e compensatórios totalizando US$ 329 milhões, marca um momento crucial na regulamentação da tecnologia de assistência à direção.
Quando o veículo de Autopilot e seu motorista falharam em frear a tempo, atravessaram uma intersecção, colidindo com um SUV e fatalmente ferindo uma pedestre de 20 anos, Naibel Benavides Leon. Seu namorado, Dillon Angulo, sofreu lesões graves. O júri atribuiu 67% da culpa ao motorista e 33% à Tesla.
Para Brett Schreiber, advogado principal dos demandantes, a empresa 'enganou deliberadamente os consumidores' ao prometer um sistema de direção autônoma que não estava pronto. Ele acusou a Tesla de usar 'hype' para elevar sua valorização bilionária, colocando vidas em risco.
A Tesla, no entanto, nega qualquer culpa e planeja recorrer, argumentando que o sistema Autopilot jamais poderia ter evitado o acidente. A empresa defende que a responsabilidade reside exclusivamente com o motorista.
Esta não é a primeira vez que a Tesla enfrenta problemas legais relacionados ao Autopilot. Casos anteriores envolveram acidentes em que o sistema foi acusado de falhas críticas. Até mesmo Elon Musk admitiu em 2018 que há 'comodidade' excessiva por parte dos motoristas quanto à tecnologia.
Enquanto a indústria da automação luta para avançar, casos como este lembram que a confiança excessiva na tecnologia pode ter consequências trágicas. A balança entre inovação e segurança continua desafiando fabricantes de veículos ao redor do mundo.
