Em uma jogada geopolítica que promete mudar o jogo global de semicondutores, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (6) a imposição de uma tarifa de 100% sobre a importação de chips e componentes semiconductores. A medida, que visa incentivar a produção local no país, surge num momento em que a indústria tecnológica global se debate entre dependência e autossuficiência.
Taiwan no centro do furacão: Atualmente, Taiwan é responsável por 90% da produção de chips mais avançados do mundo. Com a nova tarifa, empresas como a taiwanesa TSMC, que produz chips para gigantes como a Apple, enfrentarão desafios significativos. Trump prometeu isenções para empresas que decidirem fabricar os chips nos EUA, mas não detalhou os critérios ou o tamanho da produção necessária para fugir da tarifa.
Apple se posiciona: Durante o evento em que Trump fez o anúncio, a Apple revelou planos de ampliar investimentos no país, inclusive na produção de chips. A empresa destacou que uma fábrica da TSMC, sediada no Arizona, produzirá milhões de chips para os produtos da marca em 2025. Essa iniciativa parece ser uma resposta à política tarifária anunciada.
Quem será afetado? Chips estão presentes em praticamente todos os dispositivos modernos: smartphones, carros, aviões, e até mesmo em geladeiras e máquinas de lavar. A nova medida pode desestimular empresas a importar produtos fabricados no exterior, obrigando-as a repensar suas cadeias produtivas.
Contexto mais amplo: A discussão sobre tarifas sobre semicondutores já vinha sendo ventilada desde abril. Trump havia indicado que o setor não estava imune a possíveis taxações, apontando a necessidade de reavaliação da cadeia de suprimentos de eletrônicos nos Estados Unidos.
Enquanto o mundo se ajusta a essa nova realidade, fica claro que a geopolítica das tecnologias está cada vez mais entrelaçada com economia e segurança nacional. A pergunta que não quer calar é: quem terá coragem de desafiar essa nova ordem?