Vacinação infantil cai: Brasil se torna mais vulnerável a doenças evitáveis

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As taxas de vacinação contra doenças como sarampo, caxumba e rubéola (MMR) entre os alunos do ensino fundamental caíram novamente no Brasil. Em 2023-2024, a cobertura foi de 92,7%, mas caiu para 92,5% no ano seguinte. Apesar das quedas serem pequenas, representam milhares de crianças e uma tendência que torna o país mais vulnerável a surtos.


No último ano letivo, cerca de 286.000 crianças não estavam totalmente protegidas contra o sarampo. O Brasil já registrou casos da doença em níveis jamais vistos desde que ela foi declarada erradicada em 2000. Atualmente, os números estão em um pico de 33 anos.


Esta tendência é parte de uma série que enfraquece a capacidade do país de manter doenças infecciosas controladas. Em 2019-2020, 95% das crianças estavam vacinadas contra o sarampo e outras doenças graves como a poliomielite. No entanto, durante a pandemia, as taxas caíram para 93,9%, e desde então têm se mantido em queda.


Enquanto alguns fatores, como o acesso comprometido durante a pandemia, podem explicar parte da redução, sentimentos antivacinas e desinformação têm jogado um papel cada vez maior. As exonências não médicas para vacinação aumentaram significativamente, atingindo 3,4% no ano atual - um recorde.


Robert F. Kennedy Jr., Secretário de Saúde, tem sido um dos maiores incentivos a essas tendências. Sua influência parece ter afetado até a divulgação de dados sobre vacinação. Ao invés de publicar um relatório detalhado no MMWR (Boletim Morbidade e Mortalidade Semanal), o CDC limitou-se a postar uma breve resenha online.


Quando questionado pelo jornal Associated Press sobre os dados, o Departamento de Saúde respondeu com uma declaração ambígua: "A decisão de se vacinar é pessoal." Esse tipo de abordagem parece dissociar a responsabilidade coletiva da saúde pública de um bem comum.

Ana Paula Costa

Ana Paula Costa

Enquanto assistimos à queda das taxas de vacinação, é importante lembrar que doenças como o sarampo não desistem facilmente. Em um mundo cada vez mais conectado, omissão coletiva pode ter consequências drásticas. Acreditamos que a ciência deve guiar nossas decisões, e a imunização é muito mais do que uma escolha pessoal - é uma responsabilidade compartilhada por toda a sociedade.

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