A violência no Ceará alcança níveis alarmantes, com Maranguape se tornando a cidade com o maior índice de homicídios do país. Em um contexto marcado por disputas entre facções criminosas, como o Comando Vermelho e os Guardiões do Estado, o estado registra taxas que colocam o Brasil no olho do furacão.
Maranguape, com uma população de cerca de 108 mil habitantes, registrou impressionantes 87 homicídios em 2024, resultando em uma taxa de 79,9 mortes por 100 mil habitantes. Este aumento significativo – de 87% desde 2022 – reflete um cenário desolador, contrastando com as belezas naturais da região, como parques aquáticos e sítios de veraneio.
Outras cidades cearenses também figuram entre as mais violentas do país: Caucaia, em 8º lugar, registra 68,9 mortes por 100 mil habitantes, enquanto Maracanaú ocupa a 9ª posição com 68,5. Juntas, essas cidades compõem um dos mais graves problemas de segurança pública do Brasil.
Apesar das estatísticas preocupantes, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) afirma que o estado tem realizado investimentos em inteligência, tecnologia e inovação para combater a violência. No entanto, os dados indicam que a redução de homicídios, embora existente, ainda é insuficiente para satisfazer as expectativas da população.
Enquanto isso, o Ceará mantém-se como um dos estados mais violentos do país, com taxas superiores a 37,5 mortes por 100 mil habitantes. Em contraste, o Brasil inteiro registra uma ligeira redução nas mortes violentas intencionais, com 44.127 casos em 2024 – um declínio de 5,4% em relação ao ano anterior.
É um paradoxo: enquanto o país respira aliviado por uma tendência positiva, estados como o Ceará lutam contra um aumento contínuo na violência. A reflexão que fica é sobre a eficácia das políticas de segurança e a necessidade de abordagens mais holísticas para resolver este problema profundamente enraizado na sociedade brasileira.