Após anos de esforços, o Brasil conquista novamente seu lugar fora do Mapa da Fome da ONU.
Mais do que um marco estatístico, essa notícia traz consigo uma reflexão sobre a realidade brasileira: enquanto avançamos na redução da fome crônica, desafios persistentes como a falta de acesso a alimentos nutritivos e a cultura alimentar baseada em ultraprocessados continuam a moldar nossas vidas.
Kiko Afonso, diretor-executivo da Ação da Cidadania, alerta para a necessidade de combater não só a fome, mas também o desnutrição. "A fome não é só a falta do alimento, mas também a falta de nutrientes que mantêm o corpo saudável."
No entanto, há mais: os chamados desertos alimentares, regiões onde a população rural sofre com a ausência de alimentos frescos e nutritivos, e os pântanos alimentares, locais onde o acesso a alimentos ultraprocessados é a única opção. Ambos desafios refletem um problema estrutural na cadeia produtiva brasileira.
Enquanto ouvimos as palavras de Kiko, não podemos deixar de pensar: como chegar a uma realidade onde o arroz com feijão, símbolo da nossa identidade cultural, volte a ser a base de uma alimentação saudável e acessível para todos? A resposta parece estar no equilíbrio entre produção, distribuição e consumo consciente.