Crisis dos carros baratos: por que os novos veículos custam mais?

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A crise da afordabilidade no mercado automobilístico dos Estados Unidos não parece mostrar sinais de alívio. Enquanto o preço médio de um carro novo continua a subir, ultrapassando os $51.000, muitos consumidores se perguntam como está afetando as vendas e o acesso a veículos mais acessíveis.


Segundo relatório recente da cars.com, o aumento dos tarifários impostos pelo governo Trump desencadeou um boom de vendas no início do ano, com concessionárias encheendo os seus estoques antes que as novas taxas entrassem em vigor. No entanto, à medida que esse estoque inicial termina, expectativa é de que os preços subam ainda mais e as vendas diminuam.


Um dos efeitos colaterais mais visíveis desse cenário é o declínio no número de carros novos custando menos de $30.000. Em 2019, antes da pandemia inflacionária, esses modelos representavam 38% das vendas. Hoje, esse percentual caiu para 13,9%. Apenas o Honda Civic e o Toyota Corolla são fabricados nos EUA; os demais vêm de fora, onde as taxas alfandegárias pesam ainda mais.


Para aqueles que buscam barganhar, há uma boa notícia: 34% do estoque atual consiste em modelos básicos, um aumento de 4% em relação a dois anos atrás. No entanto, os carros usados continuam a ser uma opção mais acessível, com o estoque de veículos elétricos usados crescendo 31,3% e seus preços caindo 3,5%. Enquanto isso, os incentivos fiscais para carros elétricos terminam em outubro, elevando o preço de muitos modelos.


Enfim, a lição aqui é clara: se você está procurando por um carro novo e acessível, o mercado pode não ser o melhor lugar para buscar. A menos que, claro, você esteja disposto a pagar mais — ou muito mais.

Juliana Rocha

Juliana Rocha

O mercado automobilístico dos EUA é um espelho da economia global: tarifas, incentivos e crises conjunturais criando desafios para os consumidores. Enquanto os preços subem, as opções acessíveis se tornam cada vez mais raras, e o sonho de um carro novo pode virar um pesadelo fiscal.

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