A relação comercial entre o Brasil e os Estados Unidos sempre foi marcada por altos e baixos, mas recentemente entrou em um momento delicado. As vendas de carne bovina do Brasil para os EUA caíram significativamente em junho, com números que chamam a atenção. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Carne (Abiec), o volume exportado para os Estados Unidos caiu 61,8% no mês passado em comparação a abril, quando as vendas haviam batido um recorde histórico.
A situação se complicou ainda mais com a imposição de tarifas por parte dos EUA. Em abril, Donald Trump anunciou uma taxa extra de 10% sobre produtos brasileiros, e em julho elevou essa alíquota para 50%. Com isso, o imposto total que os americanos pagarão para importar carne do Brasil saltará de 26,4% para impressionantes 76,4%.
Essa medida unilateral de Trump não apenas afeta o setor agropecuário brasileiro, mas também lança luz sobre um dilema maior: a dependência comercial e os giochi di potere no cenário internacional. Enquanto o Brasil exportava recordes em janeiro, com 156 mil toneladas no primeiro semestre, a nova realidade é bem diferente.
Para muitos produtores rurais brasileiros, essa situação é um lembrete doloroso da volatilidade do mercado global. Enquanto o governo brasileiro tenta negociar soluções, os impactos são sentidos nas fazendas, nos portos e, eventualmente, no prato dos consumidores.