Em um giro de casos internacionais, o governo Trump está prestes a destruir US$9,7 milhões em contraceptivos comprados nos Estados Unidos, ao invés de distribuí-los para mulheres no exterior. Essa decisão ocorre após o desmantelamento dos programas de assistência externa coordenados pela Agência Americana para Desenvolvimento Internacional (USAID).
Segundo uma porta-voz do Departamento de Estado, a decisão preliminar de incinerar esses contraceptivos custará US$167.000. Atualmente armazenados em um depósito na Bélgica, os contraceptivos incluem dispositivos intrauterinos (DIUs), implantes, injeções anticoncepcionais e pílulas como a levonorgestrel e a etinilestradiol.
Controvérsia em torno do aborto: A administração Trump classificou esses contraceptivos como "produtos que induzem abortos", citando contratos da era Biden. No entanto, a American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) afirma que não há contraceptivos abortivos e que tais produtos apenas prevenem a gravidez.
Impacto global: A destruição desses estoques coloca em risco mulheres em países como Sudão e República Democrática do Congo, onde crises humanitárias estão exacerbando fomes. Organizações como Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertam para um aumento de mortes e interrupção na cadeia de suprimentos.
Uma decisão sem precedentes: Enquanto os Estados Unidos investem em incinerar milhões em produtos que já foram pagos, a administração Trump afirma que nenhuma vida foi perdida por cortes na ajuda. No entanto, estudos indicam que essas reduções no financiamento da USAID poderão levar a mais de 14 milhões de mortes adicionais até 2030.
"Quando se gasta dinheiro público para incinerar recursos que salvam vidas, algo está profundamente errado com nossa prioridade global."