Imagine um continente onde a população dobrou o acesso às contas bancárias em pouco mais de uma década. Isso não é apenas um número; é um salto rumo à inclusão financeira que transforma vidas. A África subsahariana, com seu dinamismo e resiliência, está testemunhando essa revolução digital, impulsionada pelas fintechs, empresas inovadoras que estão redesenhando o futuro do dinheiro.
Muitos brasileiros, acostumados com a tecnologia bancária moderna, podem se perguntar: por que isso é notícia? Afinal, aqui temos sistemas de pagamentos digitais e uma economia informal vibrante. No entanto, o contexto africano é diferente, com desafios como infraestrutura precária e baixa penetração bancária. E é justamente nessas condições adversas que a inovação tecnológica está encontrando seu terreno fértil.
Um exemplo emblemático dessa revolução é a empresa Djamo, sediada na Costa do Marfim. Com foco em simplificar o acesso às finanças, a fintech utiliza tecnologias avançadas para oferecer serviços bancários acessíveis a milhões que, até recentemente, estavam fora do sistema formal. Esse tipo de inovação não é apenas uma tendência mercadológica; é um passo crucial na jornada rumo à redução da pobreza e ao aumento da empregabilidade.
É interessante observar como a adoção massiva de fintechs na África subsahariana reflete, em parte, a necessidade de romper com um sistema que historicamente excluiu parcelas significativas da população. No Brasil, onde a desigualdade social é um tema recorrente, podemos tirar lições sobre como a tecnologia pode ser uma aliada na promoção de uma economia mais justa e inclusiva.
Enquanto assistimos à ascensão das fintechs no continente africano, não podemos deixar de nos perguntar: por que o Brasil, com sua população maior e recursos abundantes, ainda luta para alcançar taxas de adoção digitas comparáveis? A resposta talvez esteja em nossa própria complexidade institucional e em desafios históricos que, como na África, precisam ser superados com inovação e coragem.