Em plena crise tarifária, o sistema produtivo brasileiro entra em um peculiar estado de hibernação. Semanas antes do tarifaço anunciado por Trump virar realidade, empresas de setores como siderurgia, carne e madeira já sentem os efeitos da guerra comercial. Em Matozinhos, na região metropolitana de Belo Horizonte, o supervisor Elton Silva encara as férias coletivas com pesar: 'Não é um momento muito legal. A gente sai de férias, infelizmente, umas férias meio forçadas'.
Enquanto isso, em Mato Grosso do Sul, a carne que seria exportada para os Estados Unidos encontra-se desviada para mercados asiáticos. Em Santa Catarina, uma empresa de madeira, pela primeira vez em 60 anos, concede férias coletivas indeterminadas. 'A gente está aguardando o posicionamento de ambos os governos. Acredito que deva existir bom senso neste momento', diz João Jairo Canfield, CEO do grupo Ipumirim.
Esses exemplos ilustram como as empresas brasileiras buscam minimizar prejuízos em um cenário de incerteza econômica. Enquanto os negócios são afetados, a mão de obra é obrigada a um descanso involuntário - uma ironia da globalização moderna.