Desde abril, o Reino Unido pôs fim a um privilégio fiscal que durava mais de dois séculos: o status de 'non domicilié' (ou 'non dom'). Este estatuto permitia que pessoas ricas residentes no país, mas não consideradas domiciliadas, isentassem impostos sobre rendimentos obtidos no exterior, desde que esses recursos não fossem remetidos para o Reino Unido. Esse sistema ajudou a transformar Londres em um dos principais hubs financeiros do mundo.
Agora, com a reforma fiscal, o governo britânico espera arrecadar mais, mas corre o risco de perder capital e talentos. Estima-se que 30% das pessoas afetadas pelo fim desse status possam deixar o país, segundo relatório da Adam Smith Institute. Além disso, a revista Henley Private prevê que 16,5 mil milhões de dólares saírão do Reino Unido em 2025.
Para mitigar os efeitos imediatos, um regime transitorio foi introduzido: isenção de impostos por quatro anos para novos residentes. Passado esse prazo, todos serão tributados sobre rendimentos globais. Enquanto isso, a França observa a situação com uma chance de atrair quem busca alternativas fiscais.
É interessante notar como políticas fiscais podem mudar o jogo econômico global. Em um mundo cada vez mais competitivo, até Londres,cidade-símbolo do capitalismo, não está imune a essas transformações. O que será do futuro das 'paraísos fiscais' em um mundo mais regulado? Apenas o tempo dirá.
