Flordelis, a ex-deputada federal e cantora gospel condenada pelo assassinato de seu então marido, pastor Anderson do Carmo, está aproveitando sua estadia na prisão para se dedicar a estudos que possam reduzir sua pena. De acordo com documentos obtidos pela coluna, Flordelis realizou cinco cursos variados, desde teologia básica até automaquiagem, passando por auxiliar de enfermagem. Esses esforços renderam-lhe 7 meses e 8 dias de remição de pena, além de sua aprovação no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), que já havia reduzido 5 meses e 27 dias de sua punição.
A história de Flordelis é marcada por controvérsias. Em 2019, o assassinato de Anderson do Carmo revelou um esquema criminoso dentro de sua família. A Polícia Civil do Rio de Janeiro descobriu que pelo menos 10 pessoas estavam envolvidas no crime, incluindo filhos e netos dela. Flordelis foi indiciada como a mandante do homicídio triplamente qualificado, mas inicialmente não pôde ser presa devido ao foro privilegiado decorrente de seu cargo político. Sua suspensão do PSD e a cassação de seu mandato pela Câmara dos Deputados marcou um ponto de virada em sua trajetória.
Além dos cursos, Flordelis também leu 9 livros, entre os quais se destacam clássicos brasileiros como Dom Casmurro, de Machado de Assis, e Senhora, de José de Alencar, além de obras sobre o nazismo e o Holocausto. Esses estudos permitiram que ela reduzisse ainda mais sua pena, eliminando 36 dias de prisão por meio da escrita de resenhas que obtiveram notas altas.
Enquanto isso, Flordelis está presa na Penitenciária Talavera Bruce, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro. Ela nega qualquer envolvimento no planejamento do assassinato de Anderson e continua a lutar por sua liberdade. Sua história serve como um lembrete das complexidades da Justiça brasileira e dos dilemas morais que envolvem figuras públicas em crises profundas.
