É incomum caminhar pelas ruas no inverno sem notar a tentação de um prato quente e reconfortante. Você já se perguntou por que sentimos mais fome nos meses frios? A resposta está na interação entre o corpo, a mente e o ambiente.
Terminologia: O corpo humano trabalha incansavelmente para manter a temperatura interna em torno de 36,5°C. Esse processo, conhecido como termogênese, consome mais energia e pode levar à sensação de fome.
Nutricionista Giovanna Aparecida explica que o corpo busca repor a energia perdida com o frio. "Quando passamos a perder calor para o ambiente, nosso organismo tende a aumentar o consumo de alimentos", afirma.
Além disso, o hipotálamo, região do cérebro responsável por regular a temperatura e o apetite, estimula a liberação de grelina, hormônio da fome. Ao mesmo tempo, reduz a liberação de leptina, responsável pela saciedade.
Pratos calóricos e reconfortantes, como sopas, massas e chocolates, parecem mais atraentes no inverno. Alimentos ricos em carboidratos ajudam a elevar os níveis de serotonina, neurotransmissor ligado à sensação de bem-estar.
Além das razões fisiológicas, há também fatores emocionais e culturais. "O frio costuma vir acompanhado de momentos mais caseiros, e muitas vezes isso está associado a comer mais, especialmente alimentos tradicionais da estação", afirma Giovanna.
Se a fome vier acompanhada de cansaço excessivo ou alterações de humor, pode ser sinal de desequilíbrio hormonal. "Fome exagerada, junto de fadiga, pode sugerir hipotireoidismo ou deficiência de vitamina D", alerta Giovanna.
Entender o apetite no inverno não é apenas uma questão de nutrição, mas também de compreensão do corpo e das emoções. Combinar alimentos reconfortantes com uma dieta equilibrada pode ser a chave para manter-se saudável durante as estações frias.