Em meio a uma tensão comercial crescente, o governo brasileiro inicia os debates sobre como responder às tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos. A medida, oficializada pelo presidente Donald Trump por meio de uma ordem executiva baseada em justificativas de segurança nacional e direitos humanos, promete desafios significativos para o comércio bilateral.
Os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) estão liderando os esforços para avaliar os impactos dessa medida em cada setor econômico brasileiro. Prevê-se que o vice-presidente Geraldo Alckmin apresente uma análise preliminar sobre os efeitos nas exportações ainda nesta quinta-feira.
As estratégias em discussão não serão um pacote único, mas sim medidas específicas para cada setor mais afetado. Isso inclui possíveis compensações fiscais, incentivos ou apoio às exportações. Além disso, o governo mantém aberta a possibilidade de buscar novas negociações com os EUA na área comercial.
Essas discussões resultam de uma reunião de emergência convocada pelo presidente Lula na quarta-feira (30), onde foram apresentados os termos da ordem executiva assinada por Trump. Participaram ministros como Fernando Haddad, Rui Costa, Gleisi Hoffmann e Jorge Messias, além do chanceler Mauro Vieira, representado.
Apesar da gravidade potencial, a reunião teve como objetivo inicial alinhar as posições diante do novo cenário comercial. O governo brasileiro reconhece que o impacto pode ser menor do que o previsto, já que cerca de 700 produtos foram excluídos da tarifação, beneficiando setores como aço, combustíveis e aeronáutica.
Trump acusa o Brasil de violar direitos humanos e enfraquecer o Estado de Direito, argumentos rechaçados pelo governo brasileiro. No entanto, o Planalto lamenta a ausência de resposta da Casa Branca a uma carta enviada em maio, que sinalizava abertura para negociação.