Em uma noite de outubro de 2015, Caroline Puig-Grenetier, uma cineasta francesa, voltava de um tiro longo sobre o tema do transumanismo. Decidiu visitar seu cavalo, Another Dream, na estância perto de Saint-Etienne, onde mora. Enquanto guiava o animal para o pasto, percebeu que ele estava nervoso. Assim que entrou no terreno, o cavalo se virou bruscamente e a atingiu com um golpe de casco. A vizinha viu tudo e chamou os bombeiros. Caroline, apesar de estar em estado grave - com múltiplas fraturas e uma face profundamente desfigurada -, não sentia dor no momento.
Após quatorze horas de cirurgias, ela teve que enfrentar a nova realidade. "Eu me parecei com o Homem-Eléfante", lembra-se, fazendo referência ao personagem do filme de David Lynch (1981). No início, o alívio por ter sobrevivido foi dominante. Contudo, muito rapidamente, o espelho se tornou um pesadelo. As palavras gentis de seu companheiro, como "você está linda", soavam vazias e, eventualmente, insuportáveis. "Eu não queria mais que ninguém se aproximassem fisicamente de mim", relembra.
Caroline decidiu abandonar o relacionamento para se reconstruir sozinha, com a ajuda indispensável de sua filha e da equipe médica. Hoje, após oito cirurgias, ela expressa gratidão: "Meu cirurgião quase fez magia. Se compararmos ao que eu era antes, parece que me tornei Brigitte Bardot".
Esta história trágica e inspiradora nos lembra da resiliência humana e da força necessária para superar desafios inimagináveis. No Brasil, onde acidentes semelhantes são comuns em áreas rurais, a reflexão sobre segurança e proteção é essencial. Como diria um sábio: "A vida é uma arte de se reinventar após cada queda".