Apenas dois meses após assumir o cargo, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, concede que ainda está 'construindo' um diálogo com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em declaração recente, Xaud revelou estar à espera de uma agenda para se reunir com o próprio Lula, demonstrando a complexidade das interações entre o mundo do futebol e da política no Brasil.
Desde sua posse, Xaud tem mantido um ritmo intenso de reuniões em Brasília. Entre os encontros estão as audiências com figuras-chave como o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP). Além disso, Xaud já se reuniu com a ministra Anielle Franco, responsável pelo Ministério da Igualdade Racial. Esses encontros refletem a necessidade de alinhar a agenda do futebol brasileiro com as prioridades do governo federal.
Um jogo de_strategy
O futebol no Brasil sempre foi mais que um simples esporte. É uma indústria bilionária, um palco para negociações políticas e uma fonte de identificação nacional. Assim, a atuação de Samir Xaud não se resume à administração das competições esportivas. Ela está inserida em um tabuleiro maior, onde o futebol brasileiro busca seu lugar no contexto político-econômico do país.
Enquanto Xaud aguarda a tão esperada reunião com Lula, é possível notar que o cenário brasileiro exige mais do que habilidades técnicas em gestão esportiva. É necessária uma dose de astúcia política para navegar entre os interesses divergentes das várias frentes: clubes, jogadores, torcedores e a máquina pública.
Resta saber se o futebol brasileiro sairá mais forte desse processo de aproximação com o governo ou se as expectativas das urnas se converterão em resultados no campo de jogo.
