Em um adeus marcado pela emoção e reflexão, Preta Gil deixou não apenas uma legião de fãs enlutada, mas também uma herança cultural que durará séculos. A cantora, que completaria 51 anos no próximo dia 28, faleceu vítima de um câncer, mas seu legado musical continua vivo, e com ele, a responsabilidade de preservar sua obra coube a Francisco Gil, o filho fruto do amor entre ela e o ator Otávio Muller.
Para muitos, Preta foi mais do que uma cantora. Foi uma figura que mesclava talento com coragem, transformando cada nota em uma história de superação. Sua trajetória, que durou mais de 20 anos, resultou em quatro álbuns de estúdio, dois ao vivo e 271 composições registradas no ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). Agora, essas criações, fruto de tanto esforço e paixão, estão a cargo de Francisco. Afinal, os direitos autorais de uma obra musical são herdados apenas pelos parentes diretos e permanecem válidos por 70 anos após a morte do artista. Neste caso, até o ano 2095.
Entre as responsabilidades de Francisco está não só a administração das músicas, mas também a gestão da marca Preta Gil. Ele pode virar sócio em atividades ligadas à mãe ou passar a receber os royalties que seriam destinados a ela. Um privilégio, mas também uma carga pesada, especialmente quando se pensa em honrar o legado de alguém que viu a arte como mais do que uma profissão — foi sua própria essência.
Antes de partir, Preta já havia deixado uma mensagem para o filho. Em um texto que misturava amor e filosofia, ela celebrou a força da natureza e reforçou o laço entre mãe e filho. "A felicidade, para mim, é você", declarou. E Francisco, por sua vez, respondeu com uma declaração que transcendeu o luto: "Você é tudo para mim, razão do meu viver!"
Enquanto a vida segue e as datas se aproximam, a herança de Preta Gil não morrerá. Ela vive em cada nota, em cada lembrança e, acima de tudo, naqueles que ela mais amava.