Em meio ao tarifaço de Donald Trump, o presidente da Amcham Brasil, Jorge Viana, descreve a atual situação como uma "luta setor por setor" para minimizar os impactos das novas taxas. Com 9 mil empresas brasileiras exportando para os Estados Unidos, o cenário é de resistência e adaptação. "Estamos promovendo missões para negociar a exportação do que não for absorvido pelos EUA", destacou Viana.
Para setores como café e carne, a situação é particularmente delicada. O café brasileiro, responsável por um terço da importação americana, enfrenta taxas elevadas, impactando diretamente uma cadeia produtiva que representa 1,2% do PIB dos EUA. Já a carne brasileira, especialmente a dianteira, é crucial para o mercado de hambúrgueres nos Estados Unidos.
Enquanto isso, o Brasil mantém uma postura serena na negociação e acionou a OMC. Viana lembra que não houve retaliações imediatas. "O governo está tranquilo", afirma.
Para driblar os problemas, a Amcham mira novos mercados. No caso do calçado brasileiro, destinos como Holanda, Argentina e Guatemala estão na mira. Para as frutas, a Europa e o Canadá são prioridades. "O café é perecível, mas temos que diversificar", admite Viana.
Outra estratégia é ampliar negócios com a China. Atualmente, os principais produtos exportados são minério, carne e soja. "A China está solidária conosco", afirma Viana, confiando em novas oportunidades de comércio.
Enquanto isso, o governo brasileiro se prepara para lançar pacotes de apoio às empresas atingidas. "Existe uma questão política que prejudica as negociações", admite Viana, destacando a necessidade de ajuda governamental.