Após um fim de semana em Londres, a temporada 11 da Formula E chegou ao seu final. A cidade britânica se tornou o lar da competição graças à mudança de localização, evitando os problemas enfrentados na Battersea Park. O Excel London, local dos eventos desde 2023, é quase perfeito para a ePrix: bem conectado, com infraestrutura pronta e hotéis próximos.
Entretanto, o tamanho do público que assiste presencialmente não é o principal foco da série. A verdadeira audiência está nas casas, atrás de uma tela. E é justamente a velocidade dos carros que fará com que a Formula E ultrapasse os 20 giros e 1,3 milha (2,09 km) do circuito atual. Em 2027, o evento pode migrar para Silverstone, com a chegada da Gen 4.
Quem acompanhou a evolução da Formula E desde os primórdios sabe o quão longe a competição vem. Em 2014, os baterias eram caras e menos eficientes, obrigando os pilotos a trocar de carro na metade das corridas. Hoje, com a Gen 3 Evo, as coisas mudaram: aceleração de 0 a 60 mph em menos de dois segundos, potência de 470 cavalos e velocidades superiores a 170 mph (274 km/h).
Em 2026, com a Gen 4, tudo mudará novamente. Os carros terão tração integral permanente, potência de 804 cavalos (600 kW), e dimensões maiores: 20,4 polegadas a mais de comprimento, 3,6 polegadas a mais de largura e uma distância entre as rodas aumentada em 14,7 polegadas. As pneumáticas Hankook serão substituídas pelas Bridgestones, que prometem ser mais largas e macias.
Segundo Vincent Gaillardot, diretor técnico da FIA para a Formula E, o objetivo da Gen 4 é simples: desempenho puro. "Nossa foco foi mostrar a performance do carro", disse ele. Florian Modlinger, diretor do programa Porsche na Formula E, concorda: "Para as manobras de freada e velocidades nas curvas, algum downforce é necessário. Isso será o maior passo em termos de desempenho."
Apesar das melhorias, a aerodinâmica não se tornará uma habilidade central para as equipes. O corpo do carro será padrão, e um teto de custos evitará que times mais ricos dominem a tecnologia. "Nossa perspectiva é clara: a série precisa ser sustentável para fabricantes e equipes", destacou Modlinger.
Enquanto isso, a Formula E continua evoluindo, balanceando entre inovação e realidade. Como diria um filósofo da tecnologia, "o progresso nunca dorme – especialmente em uma pista de corrida."