O mercado de seguros no Brasil está passando por uma revolução. Em um mundo marcado pelo envelhecimento da população, baixa natalidade e cada vez mais automação, as empresas do setor estão se reinventando para atender a um novo perfil de consumidor. Um consumidor que valoriza a experiência de vida e está cada vez mais preocupado com o bem-estar.
De acordo com um recente relatório da Capgemini, 49% dos brasileiros pretendem aumentar seus gastos com melhorias no estilo de vida. Isso já ultrapassa a média global, que está em 45%. Gustavo Leança, diretor de Seguros da consultoria, destaca que essa mudança de comportamento é significativa e está diretamente ligada à percepção de que vivemos mais.
"Percebemos uma preocupação crescente do cliente em melhorar o estilo de vida. Isso está diretamente relacionado à percepção de que vamos viver mais", afirma Leança.
O estudo, que ouviu 5.016 consumidores e 273 executivos globalmente, incluindo 353 clientes e 28 executivos no Brasil, também aponta que a urbanização brasileira deve alcançar 92% até 2050. Um número que traz novos desafios para a precificação de riscos.
Outra tendência em ascensão é a "hiperpersonalização" na avaliação de riscos. Atualmente, muitas análises ainda são feitas por cidade, mas já há esforços para entender o risco no bairro ou até na rua específica. Isso impacta diretamente tanto na precificação quanto na comunicação com o cliente.
Apesar desse cenário de transformação, o Brasil ainda tem espaço para avançar. Apenas 14% dos executivos brasileiros entrevistados se consideram bem-posicionados em termos de desenvolvimento de novos produtos, ante média global de 35%. No entanto, o país vem avançando sua maturidade nos canais de distribuição, sobretudo pelo papel dos corretores.