A era da tecnologia e dos dados está revolucionando o setor de seguros no Brasil. Empresas como a Youse e a 88i estão usandointeligência artificial e análise de d
ados para oferecer produtos mais personalizados, acessíveis e justos aos consumidores.
'O seguro é a única relação comercial em que você paga sem saber o produto que está comprando', ironiza um executivo do setor. E é exatamente isso que essas inovações estão mudando.
Para se ter uma ideia, apenas 30% dos veículos no país têm seguro automotivo – um número que reflete tanto a falta de conscientização quanto os altos preços historicamente elevados. Mas as coisas estão mudando.
A Youse, por exemplo, desenvolveu uma nova modelagem de precificação em parceria com a Milliman. O modelo combina variáveis como o perfil do cliente, características do veículo e comportamentos regionais para oferecer preços mais justo
s e aderentes à realidade de cada segurado.
'A adoção dessa nova modelagem reforça nossa proposta de unir tecnologia, dados e experiência digital para oferecer um seguro ainda mais próximo da realidade do cliente.' – declara a empresa.
Não é só no segmento automotivo que as inovações estão transformando o mercado. A 88i, por exemplo, está focada em motoristas e entregadores de aplicativos como a Uber. Com preços a partir de R$0,017 por km, a seguradora permite que os profissionais ativem ou desativem a cobertura via aplicativo.
Além disso, a 88i inclui coberturas específicas para motoristas, como proteção contra acidentes e até repor a renda em casos de afastamento temporário do trabalho. Para empresas de entrega, oferecem proteções contra roubo ou avarias causadas por acidentes.
Com mais de 10 milhões de entregas seguradas e 80 mil assinantes mensais na plataforma da Uber, é claro que o modelo está funcionando.
Mas as inovações não param por aí. A digitalização também contribui para combater fraudes, que pressionam a sinistralidade e encarecem os seguros para todos os segmentos.
Dados da CNseg apontam que mais de R$2 bilhões em fraudes foram evitados no primeiro semestre de 2024 – um aumento de 29,2% em relação ao mesmo período de 2023. Só no seguro de vida individual, 41% das tentativas ocorreram em menos de um ano após a contratação.
'A digitalização é um caminho sem volta, mas ela só se sustenta se vier acompanhada de inteligência. Não dá mais para confiar apenas em critérios superficiais. É preciso entender o comportamento, o contexto, e cruzar centenas de sinais de forma precisa.' – afirma executivo da Azos.
São inúmeras as vantagens desse novo modelo: preços mais justos, coberturas mais adaptadas às necessidades reais dos clientes, processos mais rápidos e transparentes. Com empresas como a Youse e a 88i à frente, o futuro dos seguros no Brasil parece promissor.
Resta saber se as empresas tradicionais conseguirão acompanhar esse ritmo de inovação ou se continuarão presas aos modelos arcaicos que ainda dominam o mercado. Afinal, como disse um sábio: 'A tecnologia é a única forma de fazer com que os velhos paguem preços menores.'