Em um momento marcante para a diplomacia internacional, a França, seguindo promessa do presidente Emmanuel Macron, se move para reconhecer o Estado da Palestina durante a próxima Assembleia Geral das Nações Unidas. Este passo histórico não vem sozinho; países como o Reino Unido, o Canadá e Portugal também estão mostrando sinais de apoio, rompendo assim a rigidez tradicional dos debates sobre o conflito israelo-palestino.
Essa decisão francesa ganha ainda mais relevância diante do cenário atual em Gaza. Enquanto Israel, liderado por Benjamin Netanyahu, recorre a táticas cada vez mais extremistas — como mencionar um 'limpeza étnica' e usar a fome como arma —, os esforços internacionais para aliviar a crise humanitária em Gaza se mostram insuficientes. A Organização Internacional criada para fortalecer o controle israelense sobre Gaza tem falhado miseravelmente, transformando a região em um cemitério de sonhos e vidas.
Diante dessa barbárie, a iniciativa francesa não apenas desafia as normas estabelecidas, como tenta reverter o fluxo de radicalização. No entanto, ela já provocou a ira de Israel, que vê ameaça em qualquer tentativa de questionar seu status quo. A recente resolução da Knesset, apoiando a anexação da Cisjordânia, é um sinal claro do quanto o governo israelense está disposto a ir para manter seu domínio.
Enquanto isso, a França insiste em promover uma agenda que transcende os interesses imediatos. Sua posição clara sobre o Hamas e a necessidade de desarmar e expulsar a organização palestina são passos corajosos, apesar de entender que tal objetivo é longo e complexo. Para isso, também se faz necessário a reconstrução da Autoridade Palestina, hoje fragilizada, mas ainda uma peça crucial para qualquer solução duradoura.
Resta saber se este movimento isolado da França será suficiente para mudar o jogo. As ameaças de Donald Trump contra o Canadá, após a declaração de seu primeiro-ministro, Mark Carney, indicam que os Estados Unidos ainda têm força para pressionar aliados e manterem Israel em sua atual rota. Enquanto isso, as críticas à iniciativa francesa dentro da Europa e no mundo só demonstram o quanto a inércia é uma doença difícil de curar.